quarta-feira, 2 de junho de 2010

Homenagem aos Namorados!

Resgatando o Texto da Luly...muito bom confiram!

Por
Luly Mendonça

Os opostos

Não foi um desses casos de amor a primeira vista, disso eu tenho certeza. Quer dizer, não tenho tanta certeza assim, a verdade é que não lembro, juro. Então, posso dizer que foi um desses casos despretensiosos. Foram uns amigos em comum que nos apresentaram, minhas melhores amigas, pra ser mais específica.

Nossos primeiros contatos foram em mesas de bar. Vez por outra nossos olhares de cruzavam e conversávamos bobagens paralelas, porque a maior parte do tempo eram os amigos ao redor que nos conectavam nas conversas. Eles eram nosso elo. Ali, não tínhamos nada em comum. Lembro de termos nos cruzado na faculdade e eu ter tirado alguma gracinha, uma das minhas costumeiras piadas sem graça. E, pasmem, em troca recebi uma grande gargalhada. Um dia, pintou uma carona, conversamos um pouco, mas não o suficiente. Meu namorado na época estava no carro e olhando pelo retrovisor, percebi a voz tensa, irritada ao telefone que acabara de tocar, interrompendo nossa tímida conversa, deixando bem claro que se tratava de um coração comprometido. Mas quando nos aproximamos a tal figura nem existia mais, era passado.

Não lembro como nos aproximamos também, talvez seja esse o detalhe mais fantástico. Começamos a sair muito. Festas, bares, noitadas e percebemos uma incrível química. Pintava uma amizade. De repente, era um grude só, mil telefonemas e a companhia recorrente para tudo e para nada. Não adianta insistir por mais detalhes, já perdi a conta do quanto nos esforçamos para lembrar o momento crucial em que toda essa farra e química transformou-se em amor e muita, muita cumplicidade.

Dividimos segredos cabeludos, outros engraçados. Talvez seja umas das poucas pessoas na vida que encontrei para dividir absolutamente tudo, sem constrangimento. Tão raro... O mais incrível é que somos água e vinho e conseguimos nos misturar tão perfeitamente. Água é tranqüila, serena, por vezes turbulenta, vira enchente, mas na maioria das vezes já se sabe o que esperar dela. Vinho pode mudar, ser tinto, branco, forte, fraco, vinho é mais impulsivo. Mas todos percebem que existe uma admiração mútua e que em muito combinamos, mesmo sendo opostos. É isso, gente. Os opostos se atraem sim, ou eu não teria me envolvido tanto. Acho que nunca brigamos. Quando introduzi outros amigos em nosso meio, cheguei a ficar com ciúme. É incrível o sucesso que faz entre os outros, acho que é o jeito meigo, prestativo, de tentar ajudar a todos e resolver tudo. Reclamo muito do jeito travado, que beira até a baixa estima. Faço de tudo pra dar uma levantada de moral de vez em quando. O que eu vejo é uma alma desprovida de grandes defeitos e pura, honesta e iluminada como poucas.

Todos os dias nos falamos, seja ao vivo ou por telefone. É incrível como não enjôo. Aliás, sinto muito saudade às vezes quando, por um motivo qualquer, demoramos a nos ver ou nos falar. Se estou só, sempre me perguntam onde está minha outra metade. E quando me prepara para fazer qualquer coisa, não existe outra pessoa que venha imediatamente em meu pensamento. É como se fôssemos um. Quando viajo só, meu pensamento ganha só um lugar. Tanto que no carnaval desse ano não resisti. Meu sonho era fazer uma viagem além do estado junto, virei mundos e mundos para conseguir minha inseparável companhia, seja para beber, seja para ver algo na TV, para me acompanhar até em casa quando estou com medo de ir sozinha, seja para oferecer sua cama quando estou de pileque ou muito cansada, seja para me acompanhar quando decido correr e quando decido furar, entender, seja para não fazer ou dizer nada. Quantas coisas ensinei e quantas aprendi. “Eu não leio, eu não conheço essa música, nunca vi esse filme”, pronto, lá estava eu enchendo meu amor de livros, novos sons, novas visões, tudo para mostrar: esse é meu mundo, quero que faças parte dele. O quanto aprendi a pensar mais, ser mais serena e entender as diferenças. O quanto meu amor mistura admiração, carinho, respeito e nenhuma cobrança. Apenas a de que seja eterno e intenso.

Agora, o grande amor da minha vida, aquele que tanto incentivei para ser melhor tem a petulância de me deixar sozinha. Vai em busca de um futuro diferente, um novo mundo. Eu sei, vai de coração apertado, de mudança, mas vai com muita coragem e determinação. E eu que tanto incentivei, penso como vou suportar sua ausência. Minha melhor companhia, minha alma gema, meu chão. Minha melhor amiga.

É esse o verdadeiro amor. Porque não há relação mais linda e verdadeira no mundo que encontrar em alguém um pouco de você, um pouco de irmã, de mãe. A relação ideal de cumplicidade que ultrapassa os namoros e casos que vem e vão. No mês mais romântico do ano, peço permissão ao meu namorado, para declarar todo o meu amor - e a prematura saudade – à minha primeira e grande relação na vida. Minha querida, é você. Só você.

P.S. Feliz Dia dos Namorados a todos! Amem muito, beijem muito. Mesmo quem não tem namorado. Aproveite para se curtir. Não esqueça de declarar seu amor também ao seu melhor amigo, o seu verdadeiro amor!

Um comentário:

  1. Mas quem é o autor ?
    Um homem ou uma mulher..?
    Eu ja nem sei mais ;P

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